E pensei comigo mesma "...Alessandra, antes de tudo você precisa decidir sobre que tipo de confeitaria você vai escrever, não coloque a carroça na frente do burro...", e na real esse pensamento me deixou nervosa! De verdade.

Eis que decidi que esse blog vai falar de confeitaria pura e dura (porque quem manda aqui sou eu! rsrs). E de todas suas formas de expressão: vegan, francesa, brazuca, raw, italiana, espanhola, gluten-free, latino-americana, gringa e a lista continua... Muito mais divertido asim, vocês não acham?
Muito bem, decidido isso e com a carroça e o burro em seus devidos lugares, voltamos para o tema do post.
Depois de tostar os miolos, decidi qual receita fazer. E para ser sincera, o critério de escolha foi o seguinte: "...mmm, o que eu tenho vontade de cozinhar nesse exato momento?", e eureka! A resposta veio em alto e bom tom, "uma cuca bem fofinha!".
Simplesmente amo as cucas. Fui propriamente apresentada a esse doce na faculdade no módulo de Cozinha Brasileira, há 11 anos atrás (para os que estão se perguntando tenho orgulhosamente 30 anos, há!)
Nessa aula fizemos uma cuca de banana, com uma receita super tradicional feita com fermento biológico e banha de porco. A receita postada aqui, a banha foi substituída por manteiga, porque sou vegetariana e super contra o maltrato dos animais.

E muito que bem, comecei a pesquisar sobre a cuca. E descobri que eu não sou a única pirada, que pira nas cucas! Encontrei uma senhora chamada Lissi Bender Azambuja, doutorada em antropologia, que pira muito mais que eu, e que escreveu 2 (dois!!!) livros sobre a cuca, sua origem e receitas tradicionais.
Um pouquinho do que eu aprendi com ela: a cuca é originaria da Silésia, que hoje em dia é o território que compreende a Polônia, República Checa e Alemanha. Logo foi levada a Prússia, que teve forte colonização alemã. O termo cuca teve origem do alemão kuchen, que significa bolo. Mais bem conhecida como streuselkuchen (quando feita sem fruta) na terra do chucrute. Chegou em terras tupiniquins (mais exatamente no sul do país) em 1849, pelos imigrantes alemães.

Na nossa pátria amada os imigrantes alemães tiveram que adaptar sua adorada streuselkuchen aos ingredientes brazucas. Começando pelo açúcar de cana e nossas frutas. E assim nasceu a cuca de banana, coco, doce de leite... Tradicionalmente na Alemanha, era feita com maçã, framboesa ou ameixa, sendo que o seu nome muda para obstkuchen (obst = fruta) quando se adiciona fruta a receita.
E um dado curioso, a cuca é tão famosa no Rio Grande do Sul, que lá existem as cuqueiras, pessoas que se dedicam exclusivamente à produção das cucas! Demais, né?
Bem, escolhi uma receita bem tradicional (afinal de contas, tradição é a base de tudo!), fiz algumas mudanças como trocar a banha pela manteiga, coloquei semente de abóbora na farofa para um crunch extra, e além de adicionar a banana, coloquei também o caramel au beurre salé, super tradicional francês, que nada mais é um caramelo que se adiciona manteiga salgada. Amo caramel au beurre salé. AMO. De verdade.
Eis a receita:
Esponja
130 gr farinha de trigo

150 ml agua morna (que não passe de 30ºC, senão você tem grandes possibilidades de assassinar o fermento!)
16 gr açúcar mascavo
Massa
260 gr farinha de trigo
190 gr açúcar
2 ovos
q.b. leite
3-4 bananas
q.b. caramel au beurre salé
Farofa (Streusel/Crumble)
76 gr farinha de trigo
70 gr manteiga fria
67 gr açúcar

q.b. semente de abóbora
Caramel au beurre salé
75 gr açúcar
q.b. água
37 gr manteiga com sal
20 gr creme de leite
Modo de preparo:


Enquanto isso prepare:
Farofa (Streusel/Crumble): junte todos os ingredientes em um bowl. É muito importante que a manteiga esteja fria, para que se forme a farofa. Com as mãos comece a misturar os ingredientes até formar uma farofa. Mais simples do que isso impossível! Se optar por utilizar a batedeira, utilize o globo para formar a farofa. Reserve na geladeira.

Montagem:


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